sábado, 1 de outubro de 2011

In Repair...

 Quando não há uma canção, um filme, uma paisagem, um romance ou um drama que lhe cause impacto e inspiração, então, isso quer dizer que você está "em conserto". 


quarta-feira, 7 de setembro de 2011

O que aconteceu quando eu acordei?

O que houve com o belo? Quando eu acordei não pude mais enxergar a beleza natural nas pequenas coisas. Voltei o meu olhar para as pessoas e avistei um possivel casal, porém, distantes. Pensei: o que houve com as mãos dadas? Será que há isso ainda? Seria brega agora gestos de amor? Seria antiquado falar de amor? 



Você seria capaz de acompanhar um amanhecer sem medo do que poderá encontrar após a curva? Se o fizer, tem de ser de coração aberto, isto é, precisa estar disposto a encontrar flores e espinhos. Infelizmente, hoje, na modernidade, pode ser que nos deparemos mais com espinhos. No mundo moderno o que importa não são as flores, o que importa são: o status, a beleza artificial, o dinheiro, o carro, as joias, a mansão, dentre tantas outras futilidades que tornaram-se instrumentos para a construção da felicidade de pessoas modernas. Eu não, prefiro o prazer de andar com os pés descalços de mãos dadas com alguém dotado de simplicidade, personalidade e sentimentos. Tantas foram as vezes em que ouvi: "Afinal, de que época você é?" 

Sou da época em que "eu te amo" tinha um significado diferente de: "quero te levar pra cama". Uma época em que os sentimentos tornavam as pessoas ricas. Onde os maiores presentes para se oferecer à uma mulher eram flores e sorrisos sinceros. Lembro-me que havia uma vitrola tocando, conversas, vinho e muito amor. Acredito que adormeci em um sono profundo, e quando acordei me deparei com o caos, estava tudo fora de lugar. Então, teria eu que voltar no tempo para viver um grande amor?

Sempre estive disposta a acompanhar o amanhecer... Uma vez, encontrei após a curva alguém com sentimentos e gostos tão afinados aos meus que me encantei. Esse alguém me ensinou a ter sentimentos de uma época antiga na modernidade, no qual durante anos conversávamos por horas antes de deixarmos que nossos lábios se encontrassem. Um grande romance antigo, sem status e sem palavras demasiadas. Havia apenas a calma, as canções antigas, um abraço sincero que fazia com que o tempo parasse para nos ouvir conversar sobre o tempo, os sonhos e nossos planos. E agora, querido, como poderia eu fingir que nada aconteceu? Como poderia eu continuar nossas conversas se já não podemos mais ficar juntos? 

Eu achei que poderia fazer isso, mas eu não posso. Pude, enfim, conhecer algo sobre sentimentos, pois com você eu soube que gostar de alguém e dar-lhe o livre arbitrio. Eu o fiz. E agora só me resta despedir e desejar-lhe a felicidade. Mas... é que às vezes sinto saudade de nossas conversas. Sabe, é que acompanhei mais uma vez o amanhecer e após a curva encontrei alguém que era o oposto de você. Esse alguém é quem eu esperava que fosse. Apenas mais um cara da modernidade: demasiado, cheio de status e clichês. Ele me lembrou você, lembrou-me da falta que você me faz. Às vezes posso ainda ter a sensação de que estamos sintonizados. Quando pensei em você, eis que surge de tão longe para mais uma conversa das que costumávamos ter... mas eu não posso mais continuar assim. É... isso sou eu me despedindo de você, embora ainda tenha em mim todo o seus resquício: adeus você.

"Eu amo você mais do que as canções podem dizer, mas não posso continuar correndo atrás do ontem."

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Posso ver com os olhos da mente...

" Você deveria ter visto aquele nascer do sol com seus próprios olhos... Ele me trouxe de volta à vida. "

Você se lembra de alguma vez ter parado para pensar no poder da visão? Provavelmente não. É que não estamos acostumados a valorizar o simples. Simplicidade é a maior beleza do mundo caótico e moderno em que vivemos, beleza rara. Se cada um de nós parássemos para observar as árvores que sempre estão a enfeitar nossa cidade, o cantar dos pássaros, o rio sereno, as montanhas alinhadas em tamanha perfeição, o nascer do sol... Bem, são paisagens fascinantes.



Vamos supor que eu consiga ver diversas cores em seus olhos, embora saibamos que tudo não passa de uma ilusão óptica, afinal só enxergamos três cores: azul, vermelho e verde. O restante da cores são combinações destas. Há uma frase que diz: "Os olhos são a janela da alma". Quando olho nos olhos de alguém eu posso ver o que há por dentro, posso ver sinceridade ou falsidade, amor ou ódio, felicidade ou tristeza. Nossos olhos falam por si só, sem necessidade da linguagem oral.

  No entanto, não há valorização desse dom da visão por parte de nós seres humanos. Precisamos perdê-la ou danificá-la para darmos valor. De tanto ver, a gente não vê. Precisamos de algo que nos prenda a atenção, que nos convença. Quando vamos em um encontro, o moço sempre tenta agradar a moça através de lugares refinados e presentes caros. E eles são culpados? Não. Eles tentam agradar assim, porque é assim que as garotas da modernidade são conquistadas.

Perde-se o costume de presentear com flores e levar a moça para caminhar sob a luz do luar. Perde-se a simplicidade do encanto. E nós não precisamos de muito quando estamos com a pessoa certa ao nosso lado, nem mesmo da visão. Enxergamos melhor de olhos fechados, pois enxergamos com uma visão interior. Por meio da visão interior somos capazes amar o que há por dentro, o que há de mais belo no sentimento. 

Que tal apenas desfrutarmos nosso dom da visão, voltando-a para as coisas pequenas, coisas que estão diariamente ao nosso lado, que sempre esteve ali e nunca observamos. Você já notou a flor que pode estar no seu caminho todos os dias quando vai ao trabalho? Já teve tempo de sentir o vento tocar de leve seu rosto e segui-lo? Já sentiu a paz de um amanhecer? Ainda há tempo para recuperarmos ou introduzirmos a palavra "simplicidade" em nossas vidas. 

Me deparei com uma paisagem linda e desejei que meus olhos pudessem tirar fotografias... Afinal, a fotografia é uma invenção fascinante da modernidade, uma vez que nos dá o poder de congelar um momento e revê-lo sempre que houver a saudade batendo à porta de nossos corações. Preservemos a serenidade, a sinceridade e o amor!

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Claridade

"Adeus aos velhos tempos, não somos mais os mesmos... Apenas consequências de sonhos artificiais."

Um momento de claridade. Quando nos deparamos com uma situação cotidiana e percebemos a luz, a clareza de todas as coisas, de todos os pontos de interrogações e os substituímos por um ponto final. Diria que se fosse há alguns anos, eu teria embolado mais ou menos uns vinte rascunhos, em busca de um sentido em minhas emoções e sensações. A resposta estava diante de meus olhos: mudança.
Nós, seres humanos, não lidamos bem com a mudança, estão acomodados com que temos e não cogitamos a hipótese de perdê-los. Quando nos deparamos com a perda, necessitamos de um tempo para nos adaptar às nossas ausências. É como tirar o bico de uma criança, ou seja, é necessário todo um processo longo e lento. É doloroso.


Ontem passei por meu quintal, acabei por ficar ali durante horas, até me deitar para observar o céu calmo com estrelas alinhadas e soprando um vento certo. Nesse momento,  uma calma invadiu meu corpo e mente, e eu desejei que aquele momento durasse para sempre. Não soube explicar de onde vinha e por quanto tempo prevaleceria, apenas fechei meus olhos e pude, enfim, enxergar. O que passou, não passou. O que não havia passado, havia passado. Que confusões nossa mente nos prega, não? Nos leva a acreditar no que está diante de nossos olhos e nos impede de ver o que está além...


Me aventerei em busca de um outro "você", alguém com quem conversar, que me fizesse sorrir nos dias sombrios, que me tirasse para dançar quando não houvesse música. Bem, eu acreditei ter encontrado, ele era divertido e conversava comigo por horas, além disso ele tinha um ar de mistério, que me encantava. E... nossos poucos encontros, pareciam reais, tornavam-se reais quando nossos lábios se encontravam. Mas eu estava errada, ele nunca poderia ser você. Ele nunca soube decifrar minhas entrelinhas, eu tinha sempre de soletrar.


Uma breve pausa, busquei por uma garrafa da meia noite e pensei: talvez nunca existiu outro você, existia alguém que idealizei ser melhor que você. Então senti uma mão sobre a minha, era a sua. Você me levantou e disse: não pense no amanhã, não deixe o hoje apagar o ontem. Não há razões para deixarmos as tempestades nos levar os dias de sol. Adormeci? Por que os sonhos são tão reais? Chega a gerar dúvidas sobre o que é real, de fato. Seria a manifestação de meus sintomas? Então, o meu sintoma é você?


A calma prevaleceu, como se não importasse o ontem, o hoje ou o amanhã. Era apenas eu. Descreveria esse momento como uma introspecção, se fosse possível fazê-la. Quando estamos só somos capazes de enxergar com clareza. É uma forma de evitar amores clichês. É uma forma de valorizar o que vem a ser o real sobre nosso lado sentimental. E o que é o real além da impressão do que sente? Sempre busquei respostas e nunca as encontrei, pois não há. Nós apenas criamos nossas realidades sentimentais. Minha realidade sentimental ultrapassa os romances clichês, o que eu busco não é amor, não é paixão. O que eu busco, sinceramente, ainda não possui nome.


Por ora, fico contente apenas por ter um céu estrelado, um vinho e uma vitrola que toque velhas canções durante a madrugada.

domingo, 19 de junho de 2011

Carta pra depois...

" Talvez se lembre de quando tínhamos o costume de passar por aqui sempre que chovia, só pra vermos tais flores que então caíam daquela árvore, a qual nem existe mais... "

Dizem por aí que o tempo é capaz de apagar tudo, errado. Há certas coisas que viverão eternamente em nossas lembranças, ainda que apenas em forma de saudade, de nostalgia. E jamais poderemos voltar no tempo para consertar algo feito ou introduzir palavras em determinadas cenas de nossas vidas. A velha lição que todos querem nos ensinar, mas jamais compreendemos: viva intensamente, não deixe de fazer ou dizer algo que deseja. 
Há algo que eu gostaria de dizer: eu andei passeando por aquela praça, sentei por um tempo no banco debaixo daquela árvore, acho que parte de mim ainda tinha a esperança de lhe encontrar por ali, com aquele velho sorriso e as mãos entrelaçadas, esperando por mim. Fiquei em meus pensamentos pensando no que lhe diria, talvez: eu senti sua falta ou eu nunca deveria ter deixado você partir. Não sei ao certo. 

Às vezes me pego pensando em nós, como éramos... antes. Todas nossas conversas sobre o tempo, os sonhos, os amores, os segredos, as tristezas e as alegrias. Compartilhamos tantas coisas, você me conhecia tão bem, assim como eu a você. Ah... aquele seu sorriso sempre me quebrou as pernas, e a forma como você me abraçava, era como se nada pudesse me atingir, estava segura, com você. Ainda que distante, em viagem, não havia tempestade que lhe impedisse de alcançar um telefone público para saber como eu estava. Não, eu nunca esqueci o que você fez por mim. Querido, como poderia eu me esquecer de quem sempre esteve ao meu lado? 


A parte mais difícil é te deixar partir, quando já não havia mais nada o que fazer para evitar sua partida. Talvez tenhamos confundido a amizade e o amor,  talvez apenas nos perdemos um do outro. Nossa história é cheia de: talvez. Jamais saberei como você se sente sobre isso, pois não fui capaz de te encarar de frente e dizer tudo o que eu deveria dizer.

Não me esqueço de suas últimas palavras, em que mencionou o seu cansaço de ter que me provar o que sentia. E às vezes em que bebia uma dose a mais de seu whisky e acabava por tentar me roubar um beijo. Nós nunca conversamos sobre isso, era mais fácil fingir que nada havia acontecido, que sempre fomos apenas amigos. E a vez em que me ligou e disse: "no fim, acabaremos casados", um breve silêncio, mais uma vez eu não soube o que dizer. Você com seu jeito espontâneo e sincero sempre me surpreendia.

Honestamente, eu perdi a conta de quantas vezes tentei escrever sobre você, sobre mim, sobre nós. Ah... como eu gostaria de lhe dizer pessoalmente, talvez você entendesse minhas entrelinhas e decifraria meu olhar, já que me conheces tão bem. Estas palavras não são a fim de me declarar, ou mudar tudo novamente. Alguém me disse uma vez: "Não se lamente pelo passado, ele não voltará, quer você queira ou não." Ainda assim, espero que um dia ainda possamos nos sentar naquela velha praça e compartilhar nossas histórias vivenciadas distantes. Isso são apenas palavras soltas que há tempos tenho guardado em uma caixa chamada: nostalgia.

Mas... então, seria eu antiquada se dissesse que eu sinto sua falta?

domingo, 13 de março de 2011

Pathei Mathos

 A sabedoria vem com o sofrimento.

O signifcado dessa expressão, pathei mathos, é aprender através do sofrimento. E nenhum ser humano está impune da dor. Sempre haverá cicatrizes. São coisas que superamos, mas jamais esquecemos. Seria cômico se não fosse trágico, pensar o quão o sofrimento nos marca, tão além da alegria. Nos leva a questionar a efemeridade da alegria e a eternidade da dor.

Não há como evitar que o sofrimento nos alcance. Não há formas de fuga, ele vai chegar, cedo ou tarde. Isso acontece porque vivemos em sociedade, e as pessoas costumam mentir. A mentira pode levar a dor ou apenas adiá-la, mas jamais evitá-la. Uma vez que privemos alguém de conhecer a verdade absoluta, nós depositamos em nossa consciência, uma dor, um sentimento chamado: culpa. 
O que ocorre é que todos nós, seres humanos, possuímos o livre arbítrio. Cabe a nós a escolha de como lidar com determinadas situações. O sofrimento está explicíto em nosso mundo, através de casais infelizes e infiéis, da criança que passa frio e fome nas ruas, do terror que é a morte. Quando iniciamos nosso aprendizado, já conhecemos o sofrimento da certeza da morte.

A questão é o que fazer para passar por esses sofrimentos e viver nossa vida ao máximo, já que és tão efêmera? A resposta é decifrar os enigmas. Precisamos decifrá-los ou eles nos devoram. Precisamos aprender a lidar com essas situações de modo a superá-las. 

Assim acontece no amor. Uma vez que nossos sentimentos são como folhas, que após amassá-las jamais conseguiremos torná-las lisas novamente. Sempre restará as marcas, as cicatrizes. Por isso temos tanto medo de mergulhar fundo nesse sentimento. A modernidade torna mais difícil de fazê-lo.
Uma vez que, hoje, um pai vira pro filho e diz: "Filho, é normal homem trair, todos traem, não existe homem de só uma mulher." E o filho cresce e segui o que seu pai o ensinou. Muitas mulheres, quando descobrem, apenas aceitam. Não porque ama seu marido, mas por amor à seus filhos. Ou sejamos ainda mais radicais, já que agora está na moda homem trair mulher com um homem. Que revolução da sociedade, não? É de impressionar o que estamos nos tornando. Não, não pensem que sou preconceituosa, jamais. As pessoas possuem livre arbítrio. Mas é algo sobre respeito, que está cada vez mais esquecido.

O que está acontecendo? O mundo tornou-se um parque de diversões. Então vamos beijar e nos deitar uns com os outros sem sentimentos. Vamos apenas nos divertir, quem se importa com a herpes ou com a AIDS? Vamos nos jogar no mundo, aproveitá-lo. E seremos assim perfeitos... perfeitos idiotas! 

Sejamos mais espertos e inteligentes. Sejamos mais humanos. Sim, vamos sofrer, mas sofreremos por algo que amamos de verdade e jamais temeremos mudanças. Esqueçamos o comodismo, sejamos radicais. Não importa o tamanho que seja a dor da perca de um amor não correspondido, tenhamos a coragem de renunciá-lo... não vamos deixar a traição e a frieza nos congelar e nos aprisionar.

O amor quando é verdadeiro não é prisioneiro, ele é livre. Por mais que amemos alguém nós o deixamos livre para a escolha, apenas para vê-lo feliz. E eu quero alguém que tenhamos um amor recíproco, mas acima do nosso amor, eu quero um amigo. Alguém com quem sempre poderei contar, seja para sorrir ou para chorar. Uma pessoa que vai dizer: "vai ficar tudo bem", quando tudo estiver desmoronando. 

Quando amadurecemos e nos tornamos mais velhos, descobrimos que não nos tornamos mais cultos, e sim mais simples. Aprendemos a dar valor ao que realmente importa e descobrimos que precisamos de alguém para compartilhar nossas emoções, que a vida vai além de meras diversões. Descobrimos que aproveitar a vida não é apenas nos arriscar a tudo, que a felicidade maior está em compartilhar os nossos momentos com quem amamos. Apenas o amor poderá salvar a humanidade.

"No último instante eu queria água, mas eu irei andar através do fogo, se isso for preciso para me levar mais alto. Então, eu irei até o fim, como eu faço quando o mundo continua me testando, me testando... Não disista, não desista! "

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Brincando sobre a sinceridade...

" Pode ser que eu nunca encontre as palavras certas pra dizer exatamente o que eu sinto por você."

É algo sobre quando nos encontramos perante uma situação que não conseguimos descrevê-la. Um momento, um sentimento que não sabemos definir. O novo no velho, o velho como se fosse novo. Algo sobre o nosso desprezo pelo tempo que se passou. Conseguimos transformar a distância em detalhe e fazer com que o tempo nos esperasse.

É que quando olhei em seus olhos eu tive a certeza de que nada havia mudado. E mesmo que houvesse uma forma de mudar algo sobre nós, saiba que eu não mudaria nada. Ainda que não tenhamos certeza sobre o que há, de fato, entre nós. Não há necessidade de complicar ou de tomarmos uma decisão, eu quero ir com calma com você.

Bem... é que não quero mais ter de hesitar ao lhe dar beijo. Eu penso que quando estamos juntos, os detalhes são vagos e desnecessários. Não precisamos de um status ou de uma certeza, basta sentir aquele momento e aproveitar cada instante, guardando-os em nossas lembranças. 


Eu e você. Tão complicado quanto uma canção cantada de trás para frente em ritmo acelerado. Não perco meu tempo tentando explicar para as pessoas sobre nós, uma vez que é algo que também não compreendemos. Não sei ao certo o que você pensa sobre nós e o que acharia se algum dia eu tentasse lhe explicar a forma como me sinto quando você olha nos meus olhos e docemente me dá um beijo. 


Acho que eu sou a prova de que não pode-se escolher com quem vamos nos envolver, uma vez que se eu tivesse esse poder, certamente não lhe escolheria. É que és tão confuso e tão parecido comigo, que chega a me assustar. É que, embora eu acredite no amor, sou o tipo de garota que até hoje só amou a si mesma, até que você apareceu e causou o caos em meus sentimentos. E hoje, eu só queria estar com você, ainda que fosse apenas para conversarmos ou assistirmos tv.

Gosto de pensar que nós dois, de certa forma, estamos sintonizados. Por meio de tantas confusões e de tantos devaneios, nós sempre acabamos nos reencontrando. Não sei lhe dizer o sentido que há nisso tudo, pois eu não me preocupo mais com ele. Tudo isso pode parecer um tanto quanto clichê, mas não há mais como escrever algo sobre sentimento, sem citar eu e você.
 
E... ela que sempre buscava em tudo um porque, com ele bastava estar, sentir e viver. Não interessa o que vai ser de nós dois, se será para sempre ou somente por um momento. Se o que há é algo parecido com o tal do amor, ou se é apenas uma paixão. Estou tentando encontrar palavras para o meu sentimento, mas não encontro, e estou quase, finalmente, sem palavras.

Talvez você possa ler essas palavras e, enfim, saber o que eu tento lhe dizer com os olhos. É que jamais fui capaz de te encarar de frente para lhe dizer o que acontece com o meu coração quando você está por perto. Mas, estou certa de que você não dirá nada, é que ambos sabemos quem és realmente. És covarde e imaturo quanto à sentimentos, você deseja um amor e usa frases sobre ele, mas não se permite vivê-lo. Mas acima disso tudo, você foi o rapaz que me ganhou, ainda que com mentiras e máscaras. E eu continuo perdidamente apaixonada por quem eu queria que você fosse...
  
Talvez um dia ainda possamos dar mais uma volta pelo nosso universo utópico e transformarmos a utopia em realidade. Esquecermos o medo e nos arriscar a viver o sentimento.

"Sabe... é que às vezes me pego parada, te olhando escondido com o canto dos olhos."